Uma novidade terapêutica vem sendo apontada como uma promissora arma fisiológica para o estímulo das raízes capilares, rejuvenescimento facial, preenchimento e – até mesmo – cicatrização de feridas. Trata-se do uso de Plasma Rico em Plaquetas (PRP), também conhecido como terapia regenerativa. Considerada um avanço nos mais diversos ramos da Medicina, a técnica pretende trazer resultados significativos para a área da Dermatologia.
No Brasil, a prática experimental ainda está sendo avaliada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e os aparelhos relacionados seguem para autorização de uso médico pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Apesar de utilizar uma matéria-prima peculiar – o sangue humano –, o procedimento vem apresentando resultados positivos e encorajadores. Um estudo publicado na revista Journal of Plastic and Reconstructive Surgery apontou que o plasma do sangue extraído por centrifugação leva à liberação de níveis significativos de fatores ligados ao crescimento, que podem promover o aumento do colágeno e ajudar na cicatrização de tecidos.
De acordo com a médica dermatologista Letícia Bortolini, a
utilização terapêutica do Plasma Rico em Plaquetas envolve a remoção de um tubo
de sangue do paciente, seguido por um processo delicado de centrifugação para
isolamento de determinados componentes. Isto, para obter um concentrado de
fatores de crescimento que, no contato com a pele, agem sobre as células
danificadas estimulando sua regeneração e crescimento.
“Você tira o sangue da pessoa, que irá passar por um processo de centrifugação
para separar a parte vermelha do plasma. Posteriormente, o plasma será usado na
própria pessoa. A rejeição é zero por se tratar de um produto que tem como
origem o próprio paciente. Sem contar que ele é rico em fatores de crescimento.
Então, dá tonicidade para a pele, auxilia no crescimento de cabelo e contribui
para a cicatrização das feridas”, explica.
Vale destacar que cada fator de crescimento visa uma área de atuação. Entre eles, constam o PDGF e VEGF, que estimulam o crescimento de novos vasos sanguíneos – permeabilidade vascular; o FGF que estimula a produção de colágeno; e o EGF que estimula a reprodução e crescimento celular – crescimento epidérmico.
FUTURO
Letícia Bortolini complementa que essa técnica deverá evoluir através de junção com outros tratamentos atualmente realizados pela dermatologia. “Misturado com ácido hialurônico, por exemplo, o Plasma Rico em Plaquetas serve como preenchedor. Ou seja, juntos se tornariam um ácido hialurônico com efeito bioestimulador. Um dos motivos pelos quais estão chamando de Terapia Regeneradora”, ressalta.
A médica dermatologista ressalta que, para além do conhecimento técnico por parte do profissional habilitado, a utilização do Plasma Rico em Plaquetas requer consultórios com uma estrutura adequada. “É um procedimento realizado ambulatorialmente. Logo, ele exige uma sala específica, um enfermeiro para realizar a coleta do sangue e uma máquina para centrifugação, entre outros”, alerta.