Com a promessa de temperaturas mais altas que a média histórica, o Verão – iniciado no último dia 21 – exige cuidados que, embora simples, contribuem para a prevenção de diversas doenças, inclusive o câncer de pele, tipo de enfermidade que mais atinge os brasileiros. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimam que somente neste ano cerca de 165 mil novos casos seriam registrados.
Por causa disso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia aproveita o primeiro mês do Verão para estimular a prevenção e o diagnóstico do câncer de pele com a campanha Dezembro Laranja. Médica dermatologista, Letícia Bortolini destaca que nenhuma pessoa deve se descuidar dos efeitos nocivos dos raios solares e que há medidas gerais e específicas a serem tomadas de acordo com a faixa etária.
Histórico familiar e pessoal, idade, sexo e características da pele interferem na propensão das pessoas apresentarem a doença, explica Letícia Bortolini. “O câncer de pele possui um componente genético, ou seja, uma predisposição, mas o sol aumenta o risco de se contrair a doença. Pessoas que tomam sol por longos períodos, sem a devida proteção, ao longo de anos, correm sérios riscos”.
Em razão disso, desde a infância, é fundamental o uso de protetor solar com fator de proteção superior a 30, que deve ser reaplicado várias vezes ao dia. A exposição ao sol deve ocorrer apenas 30 minutos após a aplicação. “Além disso, evitar os momentos de maior intensidade de radiação do dia, entre 10h e 16h, e usar proteção mecânica como chapéus e camisetas”, salienta Letícia Bortolini.
DIAGNÓSTICO
Os cânceres de pele podem ser divididos em dois tipos, melanoma e não melanoma. “Sem sombra de dúvidas o melanoma é o mais perigoso, porque ele mata, é traiçoeiro e tem capacidade de produzir metástases, invadindo qualquer órgão”, pontua a dermatologista.
Já os não melanoma se dividem entre carcinoma basocelular, tipo mais comum e menos agressivo, e espinocelular, que cresce nas áreas mais expostas ao sol, como orelhas e couro cabeludo. O carcinoma basocelular tem aparência perolada, sangra com facilidade e se parece com uma ferida que não cicatriza. Já o espinocelular mostra sinais de dano na pele, como enrugamento, perda de elasticidade e cor avermelhada.
Os melanomas, por sua vez, apresentam sinais como mudanças em manchas e pintas já existentes ou o desenvolvimento de uma nova mancha bem pigmentada e de aparência incomum. “Conhecer o próprio corpo é fundamental para perceber qualquer mudança que pode significar o surgimento do câncer de pele ou outras doenças. Ao menor sinal de mudança, é indicada a busca por um dermatologista, profissional capaz de apresentar o diagnóstico para o problema”, conclui Letícia Bortolini.