Poucas são as pessoas que passam ilesas pela adolescência – sem, ao menos, uma espinha para contar história. É nessa fase que os hormônios estão a mil, em muitos casos desequilibrados, e as intrusas despertam para a “felicidade” geral de meninos e meninas ao redor do planeta. Então, a idade avança e as pessoas acreditam que o problema virou passado e a tão sonhada pele lisinha – de “pêssego” – tornou-se realidade. Certo? Nem sempre.
Conforme explica a médica dermatologista Letícia Bortolini, a acne é uma doença de pele inflamatória que provoca o surgimento de cravos, espinhas e até nódulos endurecidos, bem como o aumento de poros e oleosidade. E, sim, ela também é comum na vida adulta.
“De fato, a acne é muito frequente em adolescentes – aproximadamente 95% deles têm algum grau de acne. Esse quadro, geralmente, é passageiro e/ou melhora na vida adulta. No entanto, algumas pessoas têm a chamada acne persistente, que vai até os 30 anos – no máximo, chega aos 40. Neste cenário, as mulheres adultas acabam sendo as grandes afetadas. Quando a acne não ocorre por volta da adolescência, pode ocorrer grande incidência após os 25 anos”, comenta Letícia Bortolini.
A médica dermatologista complementa que a acne na idade adulta pode ser desencadeada por uma série de fatores. “Ela pode surgir como resultado de alterações hormonais, da poluição em contato com a pele, do uso de cosméticos em excesso e também por conta de aspectos genéticos, entre outros motivos. Por isso, sempre recomendamos a consulta ao especialista e, é claro, a prevenção”, pondera.
COMBATE E CUIDADO – Diante desse cenário, Letícia Bortolini alerta para a importância da consulta ao especialista. “O diagnóstico médico é o primeiro passo. Normalmente, o tratamento é tópico e, em alguns casos, evolui para o emprego de antibiótico e o uso de isotretinoína. O tratamento é feito de acordo com o grau da acne. Mas, é preciso investir em uma rotina de cuidados”, ressalta.
De acordo com a médica dermatologista, existem quatro graus de acne. “Há a acne não inflamatória e três graus de acne inflamatória – a leve, a moderada e a grave. Mas, para além dessa questão, sua prevenção é essencial e passa também pelo cuidado diário. As pessoas devem fazer a limpeza da pele com sabonetes específicos e a aplicação máscaras e esfoliantes para evitar o surgimento da acne – e também prevenir cicatrizes futuras”, aconselha.